A comunidade se desenvolve e o comércio local cresce
Por Jessé Paixão da Gama
Em 1910 as primeiras casas já haviam sido construídas. Assentadas as famílias, era hora de se voltar para a construção da “casa” de Deus. Como uma comunidade essencialmente católica, não poderia deixar de construir o seu lugar de culto e orações, assim, em 1921, foi construída a primeira igreja do povoado. Pelas mãos do mestre Benedito Ciriema, auxiliado pelo filho Célio, uma igrejinha foi construída.
Na inauguração foi realizada a primeira missa, celebrada pelo Padre Pedro Pimenta, devoto a Deus, mas de temperamento esquentado, o que lhe rendeu a expressão “Pimenta”. Nessa mesma época também foi fundada a primeira loja de tecidos, novidades para as vestes da comunidade crescente. A loja pertencia ao senhor comerciante, Eurípedes Machado. O comércio alavancava e os produtos excedentes nas colheitas já não eram somente trocados, na verdade, começava o fortalecimento da economia local. A troca de um gênero alimentício por outro cada vez mais era esquecida e dava lugar à venda em moeda da época. Essa prática se fortaleceu ainda mais por volta de 1929, quando foi fundada a primeira ferira livre da São Rafael, situada no fundo da atual igrejinha.
Alguns comerciantes destacaram-se, como o senhor José Antônio da Rocha, açougueiro de toucinho, e o açougueiro de carne de gado, o senhor Francisco, que vinha de “caraíbas de Irecê”. Nossa sempre vizinha agora tinha um concorrente, mas parceiro na movimentação da economia regional.
Na feira livre eram comercializados vários tipos de mercadorias. Havia o bozó de mercadorias fidalgas, que vendia bilhete como de fosse uma rifa.
A feira livre foi acompanhando a mudança geográfica do município, mudando de local de funcionamento por várias vezes. Chegou a funcionar na praça do comercio, hoje com o nome de Praça Minervino José Vaz, isto já em 1936, época em que tinha o nome de garrancho devido às quixabeiras rasteiras que lá existiam.
O local da feira foi oficializado por Olívio Alecrim com apoio do professor Valdinho, que era vereador em Irecê, cidade administrada pelo prefeito Dr. Mario Dourado Sobrinho. Para melhor organização e qualidade do comércio na feira livre, em 1946 foi construído o Barracão, espécie de depósito coberto por palhoça, construído no centro da futura Praça central.
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